sexta-feira, 8 de março de 2013

Câncer: Autoexame de mama pode salvar vidas



Foto: Klaus Tiedge / Corbis
“Eu mesma descobri o meu câncer. Estava tomando banho e ao apalpar o meu seio senti uma coisa estranha que parecia um grãozinho de feijão. Fui à mastologista e ela pediu uma mamografia que acusou o câncer. Quando ela disse que era maligno o chão abriu pra mim. Fiquei muito nervosa, chorei muito, mas com o tempo isso foi passando e aceitei que para eu viver teria que tirar o seio”, conta Diomar da Silva, 65 anos, moradora do Rio de Janeiro.
Assim como aconteceu com Diomar, a maioria dos tumores na mama é detectado pela mulher através do autoexame. Conhecer o que é normal em suas mamas e ficar atenta a eventuais alterações é primordial para evitar um caso grave de câncer. Nesta quinta-feira (7), durante o Encontro com Blogueiras sobre Saúde da Mulher, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, divulgou que em 2011 a doença matou mais de 13 mil mulheres no Brasil. O câncer de mama é causado pela multiplicação anormal das células da mama que formam um tumor maligno, mas se for descoberta no início tem cura.
O primeiro sinal do câncer costuma ser a presença de um caroço acompanhado ou não de dor. Existem outros sintomas que também devem ser observados como a deformidade ou o aumento do seio, vermelhidão, retração da pele, edema e a presença de líquido nos mamilos. Também podem aparecer pequenos caroços na região, embaixo dos braços e nas axilas. Entretanto, nem sempre essas alterações são sinais de câncer de mama. Para não ficar na dúvida a mulher que identificar algum desses casos deve procurar auxílio médico.
Toda mulher deve cuidar da saúde, mas para o controle do câncer de mama as mulheres com 40 anos ou mais devem procurar o posto de saúde, anualmente, para ter suas mamas examinadas por um profissional. Entre 50 e 69 anos, a mulher também deve fazer uma mamografia a cada dois anos, pois o risco de câncer de mama aumenta com a idade.
Em 2004, Diomar confirmou a doença após uma biopsia realizada no Instituto Nacional do Câncer (INCA), vinculado ao Ministério da Saúde. Um mês antes de descobrir o caroço, durante o banho, ela fez uma mamografia que não identificou nenhum tumor. A radiografia das mamas é realizada por um equipamento chamado mamógrafo e feita através de uma compressão das mamas para visualizar pequenas alterações, o que permite descobrir o câncer em fase inicial.
Ciente da importância do resultado gerado pelo mamógrafo, o Ministério da Saúde está com foco na qualidade desses aparelhos, explica a coordenadora da Área Técnica de Saúde da Mulher do MS, Esther Vilela: “O laudo e a qualidade da mamografia interferem muito no diagnóstico certeiro de um câncer de mama. Por isso, o Ministério da Saúde realizou uma força tarefa para rastrear todos os mamógrafos e fazer uma revisão da situação de todos os aparelhos de mamografia do Brasil, para saber onde eles estão e como eles estão”.
Além da mamografia, o Sistema Único de Saúde (SUS) também oferece o rastreamento precoce do câncer de mama através de exames periódicos feito por profissionais em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e hospitais. “Toda mulher deve procurar o posto de saúde para fazer o preventivo e seguir as orientações feitas pela equipe. Além do autoexame que a mulher deve realizar mensalmente em casa, quando ela vai ao ginecologista ou a um clínico ela tem que pedir para ele examinar a sua mama, porque o exame feito por um profissional tem uma especificidade diferente. O importante é fazer a prevenção”, explica Esther Vilela.
“Se não fosse o autoexame eu não iria descobrir cedo o que eu tinha e talvez hoje eu não estivesse mais aqui. Mas já se passaram quase nove anos e eu estou muito bem. Até pensei em reconstruir a mama, mas como tenho dificuldade de cicatrização, optei por usar a prótese externa que eu uso dentro do sutiã e ninguém percebe. Só se eu contar para as pessoas que elas vão saber”, comemora a corajosa Diomar. Próteses de seios, internas e externas, também são ofertadas pelo Sistema Único de Saúde.
Tratamento – O tumor de Diomar tinha 13 mm e o médico julgou necessária a retirada da mama. A cirurgia foi realizada no mesmo ano em que ela descobriu a doença. Ela não precisou de tratamento com quimioterapia e radioterapia, mas durante cinco anos tomou medicamentos diariamente. As formas de tratamento variam conforme o tipo e o tamanho do câncer. A quimioterapia é a forma de tratar a doença com medicamentos que matam as células malignas; a radioterapia mata essas células através de radiação; a hormonoterapia é a medicação que bloqueia a ação dos hormônios femininos; e a cirurgia, que pode incluir a remoção do tumor ou a mastectomia que é a retirada completa da mama. O SUS oferece todos os tratamentos.
Genética – A mulher com mãe, irmã ou filha que teve câncer de mama antes dos 50 anos, ou câncer de ovário, deve, a partir dos 35 anos, realizar o exame clínico das mamas e a mamografia uma vez por ano. Uma parte delas tem herança genética e devem avaliar seu risco de desenvolver a doença.
Outras maneiras de prevenção – Não abusar de bebidas alcoólicas, não fumar, alimentar-se bem e praticar atividade que movimente seu corpo podem ajudar na prevenção de várias doenças, inclusive do câncer. A amamentação e o controle do peso corporal também. Se a mulher for se submeter à reposição hormonal é importante que converse com o seu médico antes.






Fonte:  Blog da Saúde

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