quinta-feira, 6 de junho de 2013

Infectologista esclarece dúvidas sobre vacina contra pólio

Começou a campanha de vacinação contra a Poliomielite. Entre os dias 8 e 21 de junho pais ou responsáveis devem levar as crianças de seis meses a menores de cinco anos aos postos de vacinação para receber a vacina. Preocupada em deixar a paralisia infantil longe dos dois filhos, a jornalista Rafaela Ribeiro mantém o cartão de vacinação das crianças atualizado. “A pólio é uma doença que já prejudicou muita gente. Meu marido tem uma tia que teve paralisia, por causa da pólio – na época dela não existia vacinação contra a doença – e isso fez com que a gente ficasse mais atento sobre a importância de manter as nossas crianças protegidas dessa doença”, destaca.
A infectologista do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), vinculado ao Ministério da Saúde, Patrícia Reis Pereira, conta que a poliomielite está erradicada no Brasil desde 1989, mas como ainda há incidência em outras partes do globo é preciso manter a vacinação para que doença não retorne ao país. “A pólio é uma doença grave que causa fraqueza muscular, paralisia e pode até levar à morte. Como a gente tem uma vacina tão efetiva, e a gente conseguiu erradicar a doença, se espera que continue assim, porque ainda existe poliomielite no mundo”, destaca a médica.
Apesar de não haver registro de casos de pólio no país, os profissionais de saúde estão em alerta sobre a necessidade de notificação e investigação de todo caso suspeito de pessoas procedentes de países com circulação da doença. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre os anos de 2011 e 2012, 16 países registraram casos da doença. A maioria é decorrente de importações do poliovírus selvagem de países endêmicos (Afeganistão, Nigéria e Paquistão) ou de países que restabeleceram a transmissão (Angola, Chade, República do Congo).
Em 2012, foram registrados 223 casos, dos quais 217 (97,3%) foram nos países endêmicos e 6 (2,7%) nos não endêmicos. É uma redução de 36,9% nos registros de poliomielite no mundo, quando comparado ao mesmo período de 2011 (604 casos). No ano de 2013, até o dia 22 de maio, foram registrados 32 casos, sendo 8 no Paquistão, 22 na Nigéria e 2 no Afeganistão.
Novo Esquema de Vacinação – Clara, a filha mais velha de Rafaela Ribeiro, tem três anos e recebeu a vacina contra pólio no esquema de gotinha. Mas, desde o segundo semestre de 2012, o Brasil está se preparando para utilizar apenas a vacina injetável, com o vírus inativado da doença, atendendo a recomendação da OMS. O filho mais novo de Rafaela, Pedro, tem seis meses e já começou a receber no posto de vacinação a dose injetável da vacina contra pólio. “Ele já tomou as duas injetáveis – uma aos dois e outra aos quatro meses – e agora ele vai receber a primeira de gotinha. É supersimples”.
  • Entenda o esquema vacinal





Dúvidas comuns – Uma dúvida comum dos pais, ao saberem sobre a vacina com o vírus inativado da poliomielite é se ela não possibilita o desenvolvimento da doença. A infectologista Patrícia Reis Pereira esclarece que “a vacina que está sendo aplicada é segura e não há possibilidade de transmissão da doença”. Outra dúvida comum é de que quem teve pólio pode transmitir geneticamente a doença. Isso não é verdade. A doença não pode ser passada geneticamente.
Então, não deixe de levar as crianças ao posto de vacinação mais próximo e mantenha o Brasil imune à poliomielite.
Ilana Paiva / Blog da Saúde

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