sexta-feira, 17 de maio de 2013

PET-Saúde proporciona aos estudantes a vivência do conteúdo que aprendem na faculdade


Foto: Blend Images/Corbis
Atrelar a teoria acadêmica das salas de aula à prática diária dos serviços de saúde para formar profissionais de qualidade – esse é o intuito doPrograma de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde). Para que isso aconteça, o Ministério da Saúde está financiando projetos, elaborados por instituições de ensino superior em conjunto com secretarias municipais e estaduais, que buscam melhorias para o Sistema único de Saúde (SUS).
O programa quer que estudantes de diferentes cursos mediados por professores e profissionais da área, também de formações diferentes, trabalhem e aprendam em conjunto. A coordenadora do PET-Saúde, Eliana Cyrino, explica: “Queremos estudantes de diferentes cursos da saúde trabalhando de forma integrada. Eles vão estudar determinada situação, interagir e propor uma intervenção para o melhoramento do SUS. Nós queremos também que o aluno aprenda a valorizar o trabalho em equipe, valorizar o saber de cada um. Conhecer a especificidade de cada profissão para dar valor aos demais profissionais que vão trabalhar com eles”.
O PET-Saúde é regulamentado pela Portaria Interministerial nº 421, de 03 de março de 2010. Conforme consta no documento, o MS disponibiliza bolsas para tutores, preceptores (profissionais dos serviços) e estudantes de 16 cursos de graduação da área da saúde. Tanto os alunos, quanto os demais participantes do PET têm que cumprir oito horas semanais no projeto. Podendo ser em qualquer período, inclusive na parte da noite e nos fins de semana.
Cada grupo PET trabalha com um tema que é relacionado às demandas da sociedade local e às prioridades do Ministério da Saúde. “Temos temas de cuidados ao diabético, cuidados ao hipertenso, diminuição da mortalidade materna, saúde mental, entre muitos outros”, explica. Hoje, o programa conta com a participação de 99 instituições de ensino superior, abrangendo 709 cursos de saúde. Com 120 projetos em execução, a ação envolve mais de oito mil bolsistas, entre tutores acadêmicos, preceptores dos serviços de saúde e estudantes. A expectativa é que com o último edital do mês de abril duplique o número de estudantes atuando nas redes de atenção nos próximos dois anos, tempo de duração dos projetos.
Na prática – “O PET é a educação pela prática. A idéia é que o aluno tenha muita dimensão da prática da saúde. Por isso, eles acompanham no ambulatório e também fazem visita domiciliar. Para que conheçam todos os pontos de cuidado. Eles têm que entender que o cuidado não é só em um ponto do hospital ou só na hora da cirurgia, mas sim, que se interrelaciona como uma rede. Só assim conseguimos garantir o cuidado integral para o paciente”, explica Eliana Cyrino.

Flavia Daniele Barreto está no quarto ano do curso de medicina, já participou do PET de Saúde Mental e está integrando o PET de Urgências e Emergências. Aos 26 anos, a estudante da Universidade Estadual de Feira de Santana (BA), sabe que quer trabalhar na área de emergências e entusiasmada com o programa, conta como ele irá ajudá-la: “É uma oportunidade de ampliar o campo de prática e de pesquisa. Porque uma coisa é como a gente aprende na faculdade e outra é como a gente aprende na prática. Por exemplo, hoje estou trabalhando com acolhimento e tentando desafogar um pouco as unidades terciárias. Nós vemos que alguns atendimentos podem ser feitos aqui mesmo na atenção básica e orientamos o paciente com relação ao tipo de unidade que ele deve procurar. Isso ajuda a desafogar o sistema, melhorando muito a realidade e interferindo no tempo resposta das unidades”, destaca Daniela.
Pesquisa – A estudante acrescenta: “Através das pesquisas, podemos evidenciar falhas em alguns campos onde nós mesmos, quando profissionais, poderemos trabalhar para corrigir. Isso eu não aprendo na sala de aula. Para o meu crescimento profissional está sendo muito proveitoso”. Para a coordenadora do PET, Eliana Cyrino, o benefício é de todos que participam do projeto, mas o benefício maior é a formação dos estudantes e, consequentemente, para a população que terá melhores profissionais.
O programa – Quando o edital é aberto pelo Ministério da Saúde, toda e qualquer instituição pública ou privada sem fins lucrativos, que ofereçam cursos de graduação nas 16 áreas da saúde, podem se inscrever. Para isso, um projeto em parceria entre a instituição e a secretaria municipal ou estadual deve ser enviado para o MS e nele já deve haver o nome do tutor que será responsável pelo projeto na universidade e o nome do preceptor que irá coordenar os alunos no serviço de saúde. Após os projetos serem selecionados pelo MS, a instituição poderá abrir as inscrições e selecionar os alunos que irão participar do PET-Saúde.
Parceiros – O programa é uma parceria entre a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES)Secretaria de Atenção à Saúde (SAS) e Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, a Secretaria de Educação Superior (SESu), do Ministério da Educação, e a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD/GSI/PR). A iniciativa conta com investimento de 76 milhões de reais do Ministério da Saúde.

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