segunda-feira, 13 de maio de 2013

2ª Semana de Segurança no Trânsito conscientiza pedestres dos seus direitos e deveres


Foto: Dana Hoff / Beateworks / Corbis
“Eu queria ir numa praça, mas pra chegar até lá eu tinha que atravessar a pista. Eu era criança e como tava doida pra brincar saí correndo na rua, só que vinha um carro com muita velocidade e me jogou do outro lado da pista. Eu bati a cabeça no chão. Só não morri porque não era minha hora. Eu fiquei com as duas pernas engessadas por um tempo e ainda tenho uma diferença de uma perna para outra que fica visível quando eu uso uma calça”, lembra a jornalista, Greice Alves, que foi atropelada durante a infância e convive com as sequelas do acidente ate hoje.
É para acabar com acidentes como o de Greice que aOrganização das Nações Unidas (ONU) instituiu a Semana de Segurança no Trânsito – de 6 a 13 de maio, que este ano está em sua segunda edição. Celebrada em mais de 70 países, a semana quer chamar a atenção da sociedade para as necessidades diárias dos pedestres e também conseguir promover medidas para protegê-los. O ato ainda pretende contribuir para alcançar a meta da Década de Ação para Segurança no Trânsito que é salvar cinco milhões de vidas, até 2020.
No mundo, mais de 270 mil pedestres perdem a vida nas pistas e estradas, todo ano. O que representa 22% do total de mortes no trânsito, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil os dados também são alarmantes, de acordo com um levantamento realizado em 2010 pelo Sistema de Informação de Mortalidade, do Ministério da Saúde, foram registradas cerca de 10 mil mortes por atropelamento.
A diretora do Departamento de Análise de Situação em Saúde do MS, Deborah Malta, fala do significado da ação: “Celebrar esta semana significa estabelecer um processo de comunicação com a sociedade. Alertando para a necessidade de práticas educativas, a necessidade do respeito à faixa de pedestre e atenção ao cruzar as vias. Os condutores também devem estar cientes do risco da velocidade. Essas mortes são evitáveis e precisamos alertar toda a população sobre essas práticas seguras para que possamos reverter essas altas taxas”.
O Brasil é o quinto entre os países recordistas em acidentes de trânsito, segundo a OMS. Por isso, a ideia é de que a ação não dure somente uma semana, e sim, que as pessoas utilizem o que aprenderam durante a campanha para usarem no cotidiano, respeitando a vida no trânsito. “Os pedestres sempre devem ter atitudes seguras ao atravessar as vias, obedecendo à sinalização, atravessando quando o sinal estiver liberado, e sinalizar antes de atravessar nas faixas”, lembra.
Álcool e direção – A combinação de álcool e direção é um dos fatores que têm influência direta no número de acidentes e mortes no trânsito. A diretora comenta que cerca de 20% dos acidentes de transporte no Brasil deve-se à associação de álcool e direção: “Quando os motoristas ingerem álcool eles ficam mais vulneráveis e todos os reflexos são alterados. E isso pode resultar em acidentes graves. E o  próprio pedestre também quando alcoolizado ao atravessar as vias está menos atento, menos alerta e pode se envolver em acidentes”.
Crianças e idosos – De acordo com o MS, as principais vítimas por atropelamento em faixas de pedestre no país são crianças de 7 a 14 anos e pessoas com mais de 65 anos. “Temos que ter todo um cuidado com as crianças quando forem atravessar as ruas. Os pais ou os responsáveis devem ter sempre as crianças seguras. Quanto aos idosos, temos que ajudá-los a atravessar as ruas e alertá-los para que eles possam ter noção de risco e de perigo”, reforça a diretora.
Vida no Trânsito – O Ministério da Saúde tem desenvolvido uma série de ações para prevenir acidentes e mortes e, por isso, criou há dois anos o Projeto Vida no Trânsito. Desenvolvido em parceira com a OMS, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e a Bloomberg Philanthropies. Trata-se de um planejamento de ações que está nas cinco regiões do país. Em cada município é realizado um trabalho junto à população, para conseguir intervenções articuladas e ações que reduzam o impacto dos acidentes.
Em setembro de 2012, o Governo Federal repassou mais de R$ 12 milhões para todos os estados, e o Distrito Federal, fortalecerem a vigilância e a prevenção nas ruas e estradas do Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário